Seul, 24 jun (EFE).- A Coreia do Norte enfrenta uma escassez de alimentos motivada pela pior seca que castiga o país no último século, e que danificou em particular a província de Hwanghae do Norte, um grande enclave agrícola, informou a agência estatal "KCNA". Segundo dados oficiais, "cerca de 20.000 hectares de terra de lavoura secaram e as colheitas se perderam devido à falta de chuvas, o que neste momento já "dificulta a provisão de alimentos aos moradores de Hwanghae do Norte, localizada ao sul do país". A seca afeta com especial gravidade a comarca de Hwangju, "o maior produtor de grãos da província, onde a maior parte dos açudes secou e os campos de arroz ainda estão sem semear por falta de água", segundo um boletim emitido pela "KCNA". Há apenas dez dias o hermético regime comunista já avisou que a falta de chuvas desde o final de abril e as precipitações de apenas dez milímetros em junho em diversas regiões do país ameaçavam baixar o volume das colheitas no outono, o que agravaria a crise alimentar que sofre o país. Em cidades como a capital, Pyongyang, o índice de chuvas foi o menor dos últimos 105 anos, segundo o Governo norte-coreano. No começo do mês, a Organização das Nações Unidas já alertou das condições do país, no qual "16 milhões de pessoas continuam sofrendo de insegurança alimentar crônica (em diversos graus), altas taxas de desnutrição, e profundos problemas econômicos". A Coreia do Norte vive uma permanente crise econômica desde os anos 90, quando se calcula que cerca de dois milhões de pessoas morreram em uma crise de fome em massa, e desde então depende da ajuda externa para alimentar sua população. Além disso, sua política agrária antiquada, o uso excessivo de adubos, a apatia e o desmatamento, contribuem para diminuir ano após ano o sustento agrícola da população. EFE co-jpf/ma
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