Victória qualificada do MPLA

O MPLA é o grande vencedor das eleições gerais de 2012 e tudo aponta para a conquista de uma maioria qualificada superior a 75 por cento dos votos expressos.
O cabeça de lista do partido, José Eduardo dos Santos, é o Presidente da República eleito.
A UNITA confirmou o seu estatuto de segunda força política e teve uma grande subida de votação em relação às eleições de 2008, onde obteve apenas 10,39 por cento.

Nestas eleições, tendo em conta os resultados apurados até ao encerramento desta edição, pode passar os 17 por cento.
A grande derrotada destas eleições é a CASA-CE. A coligação pagou caro por ter radicalizado o discurso na campanha e exagerado nas promessas que os eleitores perceberam ser irrealizáveis e visarem apenas a “caça ao voto”.
Abel Chivukuvuku confirmou a tendência de derrota quando fez ameaças de retaliações contra funcionários públicos e emigrantes, ao mesmo tempo que se colava perigosamente à imagem e ao discurso de Jonas Savimbi.
O vice-presidente da CASA-CE, André Gaspar Mendes de Carvalho, também contribuiu para a derrota ao aparecer no tempo de antena a tentar politizar as Forças Armadas Angolanas e ao “endeusar” Abel Chivukuvuku, um líder fabricado à pressa e ao qual o eleitorado não reconheceu as qualidades políticas que o almirante na reserva tentou “vender” durante a campanha.

A derrota da CASA-CE ficou sentenciada quando divulgou um “acordo” assinado entre um dos vice-presidentes da coligação e o padre Congo segundo o qual, um “governo” liderado por Abel Chivukuvuku ia promover um referendo sobre a independência da província de Cabinda.
A CASA-CE, ao revelar um comportamento político de total irresponsabilidade nesta matéria, perdeu votos em todo o país e em Cabinda o máximo que conseguiu foi “invadir” o eleitorado da UNITA.
A táctica do “todos unidos contra o MPLA” penalizou os pequenos partidos que viram o eleitorado da oposição concentrar a sua votação na UNITA.
O voto útil acabou por prejudicar partidos como a Nova Democracia e o próprio PRS que não conseguiram segurar o seu eleitorado tradicional e podem sair da Assembleia Nacional.
JA

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